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O manguito rotador é formado por 4 tendões: o subescapular, o supra-espinhal, o infra-espinhal e o redondo menor. A função destes músculos é dar estabilidade, mobilidade e nutrição da articulação glenoumeral. Embora não participe do manguito rotador, a cabeça longa do bíceps também possui função de estabilização anterior da cabeça do úmero, evitando a anteriorização.
O manguito rotador envelhece biologicamente, e a maioria das lesões ocorre após os 40 anos de idade. A patogênese das lesões do manguito rotador é muito controversa. Trauma, atrito (degeneração), hipovascularização e impacto subacromial são os fatores mais freqüentemente citados. Em termos didáticos, pode-se agrupar as lesões do manguito rotador (LMR) em 2 grupos, conforme o fator desencadeante: extrínseco (impacto mecânico, defendido por Neer) ou intrínseco (hipovascularização tendínea, defendida por Uthoff). Teorias que se fundem, formando um complexo conjunto de fatores de desenvolvimento das lesões do manguito rotador.
O quadro clínico é formado pela principalmente pela dor ao redor do ombro, podendo irradia-se para região escapular e cotovelos , e tem relação direta com o grau de inflamação e estiramento do músculo inflamado ou rompido.
O diagnostico é clinico, e feito através de anamnese e um exame físico bem realizado . Como forma complementar, utilizamos o Raio X simples, a Ecografia e a Ressonância magnética.
O tratamento seja ele conservador ou cirúrgico geralmente deve visar o alívio da dor, reestabelecimento amplo do arco dos movimentos e consequentemente da qualidade de vida do individuo. O tratamento da grande maioria das afecções do manguito passa pelo conservador. O uso da fisioterapia com reforço muscular tem seu papel importantíssimo no reequilíbrio da biomecânica muscular. Na falha do tratamento conservador o tratamento cirúrgico se impõe com grande resolutividade, seja através do método aberto com miniincisão ou via artroscópica.
A reabilitação é uma fase tão importante quanto o procedimento cirúrgico, diante disto o cirurgião, o paciente, os familiares e o reabilitador devem trabalhar sempre juntos. Em linhas gerais, o objetivo é obter a mobilidade total, e na segunda fase (reforço muscular) iniciada conforme a evolução de cada caso.
Bibliografia:
1- Checchia, Sergio L; Doneux S, Pedro; Miyazaki, Alberto N; Fregoneze, Marcelo; Silva, Luciana A; Ishi, Marcos; Braga, Suzana R; Nascimento, Luiz G. P. Avaliação dos resultados obtidos na reparação artroscópica das lesões do manguito. Rev. bras. ortop; maio 2005, 40(5):229-238.
2- Ianotti, JP; Williams GR. Diagnosis, Classification, and Management of the Stiff Shoulder. Disorders of the Shoulder: Diagnosis and Management, Lippincott Williams & Wilkins, 1999, 397-417.
3- Lech O. Fundamentos em Cirurgia do Ombro. Seção III, Cirurgia em partes moles. São Paulo: Harbra, 1995
4- Sizinio et al. Ombro e Cotovelo, em Ortopedia e Traumatologia, Princípios e Prática. 4 ed. Porto Alegre: Editora Artmed 2009
5- Izabel P Guerra, Sandro S Reginaldo, Mucio V Almeida. Manual do Trauma Ortopédico, SBOT 2011
6- Rockwood AR Jr., Matsen FA III. The Shoulder, 4th Edition. Philadelphia. Saunders, 2009
A estabilização da articulação glenoumeral é dependente de diversos fatores, tendo como maior fator de estabilização dinâmica, a ação do manguito rotador, que promove uma força de compressão entre cabeça umeral e a superfície da glenóide . Além destas forças compressivas, existem ainda forças de cisalhamento resultantes da ação muscular do deltóide, que tendem a tracionar a cabeça do úmero para cima .
A perda crônica ( entre 2 – 20 anos) desta estabilização dinâmica, pode cursar com uma artropatia grave do ombro, secundaria a uma lesão extensa e irreparável do manguito rotador. Artropatia por lesão do manguito rotador pode se manifestar clinicamente com dor, instabilidade glenoumeral, atrofia muscular, limitação funcional até pseudoparalisia do ombro. Radiologicamente são observados artrose glenoumeral severa, com destruição cartilaginosa e óssea, ascensão da cabeça umeral, erosão subacromial e osteofitose .
Atualmente discute-se muito sobre o tratamento a ser instituído, dentro deste conjunto são propostos tratamentos: 1-conservador; com uso de medicação para alivio da dor, associado a fisioterapia analgésica; 2- cirúrgico: com a utilização de artroplastia reversa, associado a trabalho de reabilitação fisioterápica, com reestabelecimento parcial de movimento e eliminação da dor.
Blibliografia:
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– Lee SB, Kim KJ, O’Driscoll SW,Morrey BF, An KN. Dynamic glenohumeral stability provided by the rotator cuff muscles in the mid-range and end-range of motion. A study in cadavera. J Bone Joint Surg Am. 2000 Jun;82(6):849-57.
– Zuckerman JD, Scott AJ, Gallagher MA; Hemiarthroplasty for cuff tear Arthropathy. J Shoulder Elbow Surg 9: 169-172, 2000.
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– Checchia SL, Doneux S P, Miyazaki AN, Fregoneze M, Silva LA, Mussi Filho S, et al.. Tratamento cirúrgico das lesões extensas do manguito rotador pela via de acesso deltopeitoral. Rev Bras Ortop. 2003;38(5):252-60
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Com uma incidência de 2 a 11% na população norte americana, é mais freqüente no ombro não dominante do sexo feminino, entre 40 a 60 anos de idade, podendo ser bilateral em 16% dos casos.
Apesar de ter uma etiologia não bem determinada, a Capsulite Adesiva pode ser dividida em primaria e secundaria. Primaria quando relaciona-se a um processo idiopático, e secundário quando há um fator intrínseco (pos operatórios de cirurgias no ombro, trauma, lesões do manguito rotador, tendinite calcária, degeneração da articulação acromioclavicular), extrínseco (radiculopatia cervical, tumores da parede torácica, cirurgia prévia de mama) ou sistêmico (diabetes mellitus, hipoadrenalismo, hipo ou hipertireoidismo, uso de anticonvulsivantes e AVC) como precursor.
A fisiopatologia da capsulite adesiva tem atualmente o mecanismo fibrinogênico como sendo o mais aceito, em que a há uma contratura tecidual em resposta a citocinas, produtos inflamatórios celulares e fator de crescimento derivado de plaquetas. Tal contratura tecidual envolve principalmente a capsula articular e estruturas adjacentes que além da perda da elasticidade torna-se friável e espessada. Observa-se ainda que o liquido sinovial permanece sem alteração constitucional, tendo apenas diminuição de sua quantidade articular (20-25ml para 3 a 15ml).
Clinicamente o paciente apresenta dor com evolução intensa, mesmo sem movimentação do membro afetado, com piora à noite e aos pequenos movimentos. Associado ao quadro álgico há restrição e perda da mobilidade do ombro. A historia evolutiva da patologia passa pelas fases: dolorosa; de congelamento (rigidez articular associada a dor), e fase de descongelamento.
O diagnostico da capsulite adesiva é essencialmente clínico e de exclusão. Exames radiográficos podem demonstrar diminuição do espaço articular, no entanto ecografias e ressonâncias magnéticas são normais (anatomia intrínseca normal), sendo importantes apenas como fatores de exclusão de patologias como tendinite calcária, luxação glenoumeral não diagnosticadas, ruptura extensa de manguito rotador e fraturas na cintura escapular.
O tratamento da capsulite adesiva envolve 2 pilares fundamentais: o alívio da dor e o restabelecimento da ampla mobilidade do ombro. Varias formas são descritas para o tratamento da capsulite adesiva, e sua escolha baseia-se na fase em que o paciente é avaliado pela primeira vez, as causas da capsulite adesiva (intrínsecas, extrínsecas-sistêmicas), associado a um acompanhamento multidisciplinar constante de ortopedista e fisioterapeuta. Na terapêutica da capsulite adesiva pode ser considerado ainda, em vigência de falha dos outros métodos, a realização da liberação cirúrgica.
Bibliografia:
1- Checchia, Sergio L; Doneux S, Pedro; Miyazaki, Alberto N; Fregoneze, Marcelo; Silva, Luciana A; Ishi, Marcos; Braga, Suzana R; Nascimento, Luiz G. P. Avaliação dos resultados obtidos na reparação artroscópica das lesões do manguito. Rev. bras. ortop; maio 2005, 40(5):229-238.
2- Ianotti, JP; Williams GR. Diagnosis, Classification, and Management of the Stiff Shoulder. Disorders of the Shoulder: Diagnosis and Management, Lippincott Williams & Wilkins, 1999, 397-417.
3- Lech O. Fundamentos em Cirurgia do Ombro. Seção III, Cirurgia em partes moles. São Paulo: Harbra, 1995
4- Sizinio et al. Ombro e Cotovelo, em Ortopedia e Traumatologia, Princípios e Prática. 4 ed. Porto Alegre: Editora Artmed 2009
5- Izabel P Guerra, Sandro S Reginaldo, Mucio V Almeida. Manual do Trauma Ortopédico, SBOT 2011
6- Rockwood AR Jr., Matsen FA III. The Shoulder, 4th Edition. Philadelphia. Saunders, 2009